Instituto de Física

Universidade Federal da Bahia

Cursos de Graduação em Física

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Apresentação

       A Física é uma Ciência que tem estado à frente do desenvolvimento tecnológico principalmente no século XX e neste início do século XXI, com forte influência em outras áreas como Biologia, Química, Engenharia, Ciência de Novos Materiais, etc. Na realidade é inconteste que se deve aos avanços do eletromagnetismo, da relatividade e da teoria quântica a grande revolução tecnológica que estamos a vivenciar. A iluminação elétrica, os motores elétricos, as telecomunicações são resultados da compreensão do eletromagnetismo, assim como o laser, os transistores, os computadores, o sistema GPS está diretamente relacionados com os avanços da teoria quântica e da relatividade.

     Na busca da compreensão do universo, muitas são as questões que a Física tem colocado e ainda tem a responder: quais os componentes fundamentais da matéria? É possível conhecer a origem da massa, compreender o que é a energia escura? Há apenas quatro interações fundamentais? Podemos unificar estas interações?

     No cotidiano vê-se a Física presente, por exemplo, na medicina com o uso das técnicas de imagem interna para diagnósticos (ultrassonografia, radiografia, ressonância magnética, tomografia por emissão de pósitrons, etc.) e na radioterapia, nas propostas relacionadas ao meio ambiente e às formas de energia para melhor compor a rede energética de cada país, etc.

      Ao lado desses aspectos também se observa que a Física tem exercido influência sobre vários ramos da ciência com a adoção por essas de sua metodologia de pesquisa: a Química Quântica, a Geofísica, a Biofísica, a Ciência de Novos Materiais, a Nanociência e a Nanotecnologia estão entre esses ramos científicos.

      São aspectos como os acima enumerados que tornam o curso de Física fundamental em qualquer país. Especificamente em nações em desenvolvimento como o Brasil, a falta de pesquisadores nas universidades e indústria, e de professores no ensino médio e fundamental é sentida como fatores que têm de ser suplantados para que o quadro social e a educação sejam transformados, não só para reduzir o atraso em relação aos países desenvolvidos, mas também para que deem o salto no sentido de ultrapassar a barreira das desigualdades sociais internas.

    Os cursos de graduação em Física (bacharelado e licenciatura) do Instituto de Física da UFBA (IF-UFBA) tiveram sua origem na antiga Faculdade de Filosofia da Bahia, sendo o primeiro vestibular para o curso de Física realizado em 1952. Atualmente, as vagas no Sistema de Seleção Unificado (SiSU) são de 50 para o diurno e 40 para o noturno. Além disso, o IF-UFBA atende a cerca de 3000 matrículas em diversas disciplinas teóricas e práticas – turnos diurno e noturno - requisitadas por alunos de outros cursos da Universidade como das diversas Engenharias, de Geociências, de Biologia, de Química, de Matemática, de Computação, etc. Vale ressaltar que o Instituto, além dos cursos de graduação, participa de três programas de pós-graduação stricto sensu completos - mestrado acadêmico e doutorado. Destes, dois estão sediados no Instituto de Física: o programa de Física e o programa de Ensino, Filosofia e História das Ciências. O terceiro, em Geofísica, é sediado no Instituto de Geociências.

     Apesar dos esforços nas últimas décadas para a formação de recursos humanos, no Brasil, o número de bacharéis e pesquisadores por mil habitantes, seja na pesquisa básica ou aplicada, é ainda pequeno, bem abaixo dos países desenvolvidos e inclusive inferior à média mundial. No ensino médio a falta de professores formados em Física é sentida em todas as unidades da Federação. Um levantamento recente com dados do Censo Escolar da Educação Básica 2013 indica que apenas 20% dos docentes de física têm licenciatura na área e mais de 25% não têm licenciatura alguma. Na Bahia, em particular, por informações da Secretaria de Educação, grande é o déficit, nas redes pública e privada, o que tem motivado atualmente a adoção do governo Federal, em conjunto com o Estado, de iniciativas como o PARFOR (Plano Nacional de Formação de Professores de Educação Básica). O Instituto de Física, sensível ao problema, foi a primeira unidade da UFBA a implantar um curso noturno – o Curso de Licenciatura em Física Noturno – no ano de 1999 e, durante muitos anos, foi o único curso noturno dessa Universidade, contribuindo para dar formação adequada para novos professores e os que já atuavam no ensino fundamental e médio no Estado da Bahia sem o grau de licenciado em Física.

     Um fator importante que dificulta superar este déficit de profissionais graduados em física é a alta evasão nos cursos de Física no país. No caso da licenciatura, apesar da necessidade de professores dessa disciplina na educação básica, o fato da função de professor ser ainda mal remunerada e as difíceis condições de trabalho, incluindo a excessiva carga horária de trabalho em sala de aula, contribuem para o estudante de licenciatura sentir-se desestimulado e buscar outras profissões. Para o bacharelando, devido a não termos ainda no Brasil uma relação estreita entre a Física e a indústria, as perspectivas de trabalho são predominantemente acadêmicas junto a universidades, faculdades e institutos de pesquisa, o que também constitui um fator desestimulante já que não são muitas as vagas nessas instituições, e para candidatar-se a tais postos, há, em geral, a exigência de formação mais longa que inclui a complementação com cursos de pós-graduação stricto sensu. Dessa forma, a evasão nos cursos de graduação em Física da UFBA, apesar de alta em relação a outros cursos como as Engenharias, está de acordo com a média nacional. O gráfico apresentado a seguir ilustra o número de formandos dos últimos anos nas duas modalidades para os cursos diurnos e noturno de Física da UFBA e indica uma melhoria desde 2009, melhoria essa que ainda pode ser ampliada. É a necessidade de se procurar diminuir ainda mais a evasão de estudantes, além da urgente adequação e atualização curricular e de outros fatores, que conduzem à presente reestruturação dos cursos de graduação em Física da UFBA, nas suas duas modalidades e em seus dois turnos.

     Com o advento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, o Conselho Nacional de Educação (CNE) e, consequentemente, a própria UFBA, tiveram que promover mudanças no ensino superior em geral, com reflexos nos cursos, tais como: duração do ano letivo para 200 dias úteis ao ano; alteração das cargas horárias mínimas dos cursos e dos conteúdos curriculares; adoção de novos paradigmas (interdisciplinaridade) na formação de professores; inclusão de conteúdos voltados para uma cultura humanística; elaboração de trabalhos de conclusão de curso; prestação de exame de avaliação obrigatório (ENADE), entre outros. A presente proposta curricular dos cursos de graduação em física incorpora essas mudanças.

     Esta reestruturação curricular visa ainda a uniformização dos cursos de licenciatura noturno e diurno, que apresentam discrepâncias, e o fortalecimento de um núcleo básico comum entre os cursos de licenciatura e bacharelado.

      A atual licenciatura diurna tem, por razões históricas, um formato muito próximo do bacharelado, onde o licenciando cursa as matérias específicas para formação como professor em substituição de algumas disciplinas do ciclo profissional de formação do bacharel. A atual licenciatura noturna, por outro lado, já foi estruturada para atender mais fortemente a formação de professores com a inclusão de disciplinas de caráter mais conceitual (as atuais Físicas Básicas), onde os aspectos históricos e epistemológicos da física são abordados, e disciplinas com conteúdos dos principais ramos da física (as atuais disciplinas de Complementos). Neste sentido, o curso de licenciatura proposto é único, diferindo o diurno do noturno apenas no tempo de integralização, e é fortemente inspirado no atual curso de licenciatura noturno, com as modificações e atualizações necessárias para a adequação à sua base legal, de forma a trazer o licenciando mais próximo da vivência e das dimensões do ensino básico e da escola. 

    Por outro lado, o resultado satisfatório observado na atual licenciatura noturna das disciplinas conceituais, incluindo o aspecto de redução da evasão de estudantes, levou à introdução dessas disciplinas, reformuladas na presente proposta, também para o curso de bacharelado em física, fortalecendo assim o núcleo básico comum e facilitando, inclusive, o trânsito entre o bacharelado e a licenciatura e a possibilidade do estudante titular nas duas habilitações.

 

 

Estrutura Curricular

1 - Titulação

Os profissionais formados pelo curso terão uma das titulações:

  • “Licenciado em Física”
  • “Bacharel em Física”

2 - Perfil dos egressos

  • Licenciado - habilitado para o ensino de Física em instituições de ensino médio ou ensino técnico.
  • Bacharel - habilitado para o ensino e a pesquisa em instituições de nível superior, centros de pesquisa e indústria.

3 - Vagas oferecidas

Sistema de Seleção Unificada (Sisu) - Ingresso no 1º semestre

  • Curso diurno (Licenciatura e Bacharelado) - 50 (cinquenta) vagas anuais
  • Curso noturno (Licenciatura) - 40 (cinquenta) vagas anuais

Processo seletivo para vagas residuais – Ingresso 2º semestre

4 - Organização do Curso

Os cursos de graduação em Física do IFUFBA são organizados em dois blocos:

Núcleo Comum (NC)

  • ~45% da carga horária total
  • Componentes curriculares obrigatórios (OB)
  • Disciplinas de Física Geral, Matemática, Física Clássica, Física Moderna e Contemporânea e de conteúdos complementares de Ciências Naturais e Humanidades

Módulos Sequenciais Especializados (MS)

  • Componentes curriculares obrigatórios (OB) e optativos (OP)
  • Atividades necessárias para completar as habilidades e competências específicas

5 - Normas de Funcionamento do Curso

Duração

- Licenciatura e Bacharelado em Física Diurnos:

  • mínimo de 8(oito) semestres
  • máximo de 14(catorze) semestres

- Licenciatura em Física Noturno:

  • mínimo de 10(dez) semestres
  • máximo de 16(dezesseis) semestres

O estudante que concluir o curso em uma das modalidades poderá ingressar na outra, através de solicitação ao Colegiado, no semestre de conclusão, segundo normas vigentes da UFBA.

 

Matrizes Curriculares

 

 

 

 

 

PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM FÍSICA