Instituto de Física

Universidade Federal da Bahia

Histórico

O atual Instituto de Física da UFBa originou-se do antigo Instituto de Matemática e Física da Universidade da Bahia, na gestão do Reitor Edgard Santos.
A antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da então Universidade da Bahia, apesar de contar com alguns bons professores, tinha o seu ensino de Matemática restrito aos denominados tópicos clássicos, sem nada daquele conjunto de temas que convencionou denominar-se de Matemática Moderna. Apesar disso, vale ressaltar o trabalho pioneiro da Professora de Didática do Ensino de Matemática, Martha Maria de Souza Dantas, que idealizou o I Congresso Nacional de Ensino da Matemática no Curso Secundário, em julho de 1955, em Salvador. Aquele evento conseguiu atrair vários autores de renome, professores secundários dos mais diferentes estados do Brasil, e o Catedrático de Análise Matemática da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, Prof. Omar Catunda. Dentre os participantes estava a recém-graduada, em Matemática, Profa. Arlete Cerqueira Lima, que desempenharia papel central no futuro IMF. Foi graças ao empenho do Prof. Catunda que a Profa. Arlete aceitou trabalhar, na USP, sob sua orientação, como bolsista de Iniciação Científica do CNPq, e com isso ela integrou-se ao novo ensino da Matemática, o qual era praticado naquela Universidade. Em 1957, a mencionada docente constataria a tremenda distância ( qualitativa) entre o ensino, de disciplinas matemáticas, apresentado na sua universidade de origem e o da USP. No final daquele ano, ao regressar de São Paulo, e passando pelo Rio de Janeiro, a jovem professora visita o então Diretor Científico do CNPq, Dr. Couceiro, a quem solicita bolsas de Iniciação Científica para professores da Bahia, recebendo por parte daquele executivo uma excelente acolhida.

No inicio de 1959, já em Salvador, a Profa. Arlete consegue ser recebida, em audiência, pelo reitor Edgard Santos e propõe a fundação de um Centro de Estudos de Matemática da Faculdade de Filosofia. Foi nesse período que o mencionado reitor pressentindo um certo isolamento, por parte de Escolas tradicionais da Universidade, iniciou o seu projeto de modernização, com a criação de vários Centros de Ciências Fundamentais (Laboratório de Fonética, Laboratório de Geomorfologia, Centro de Estudos Afro-Orientais), além de Unidades ligadas à área artística (Seminários Livres de Música, Escola de Dança e Escola de Teatro).

A Escola de Geologia foi também instalada naquele período, e o seu primeiro dirigente foi o físico Ramiro de porto Alegre Muniz que, lotado inicialmente no Curso de Física da antiga Faculdade de Filosofia, encarnava toda uma visão em torno de ensino e de pesquisa em Física.

Foi graças à indicação da Profa. Arlete que o reitor convidaria o Prof. Omar Catunda a ministrar um curso de Funções Analíticas e, também, a radicar-se na Bahia, convite não aceito àquela oportunidade. Retornando, em 1960, de um segundo estágio na USP, a Profa. Arlete visita, novamente, o reitor e recebe a incumbência de organizar um Instituto de Matemática, com amplos poderes para procurar, no País, um matemático com experiência para dirigi-lo. Com a ajuda do renomado matemático brasileiro Prof. Leopoldo Nächbin, a quem a citada professora tinha recorrido, o reitor Edgard Santos contrataria o matemático Rubens Gouveia Lintz. Um dado importante nesta história foi a rejeição violenta, por parte de Escolas tradicionais, quanto à idéia de surgimento do citado Instituto. Esse fato aproximaria então a mencionada professora do físico Ramiro, levando-a, então a sugerir ao Magnífico Reitor a fundação de um Instituto de Matemática e Física ao invés daquele pensado inicialmente. Essa junção de esforços coincidiria com a chegada do Prof. Lintz, que dirigiria o IMF, cabendo do Prof. Ramiro a chefia do Setor de Física. Com a ida deste último, para a Universidade de Brasília, assumiria o citado setor o Prof. Waldez Alves da Cunha que tinha sido professor no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Este quando aceitou o convite do Prof. Ramiro veio acompanhado pelo Prof. Luiz Felippe Perret Serpa atual reitor da UFBA, que àquela época foi convidado, pelo Reitor Edgar Santos, para participar de um programa de melhoramento, da formação básica, dos cursos de engenharia no Nordeste.

As dificuldades iniciais do IMF foram grandes mas, apesar disso, o Prof. Lintz realizou um valioso trabalho, estimulando aos jovens, professores e recém-graduados, a saída em busca de estudos pós-graduados. Após dois anos de trabalho (1960-1962) ele encerrou as suas atividades, deixando a direção. Segui-se então um breve período, até a Profa. Arlete receber uma carta do Prof. Omar Catunda, onde o mesmo explicitava o seu desejo de radicar-se definitivamente, na Bahia. No dia 13.01.1963 ele desembarcou, em Salvador, e iniciou um grande trabalho como diretor do IMF, deixando, para sempre, uma grande marca de talento e de integridade intelectual.

Em 1965, o IMF tinha o seu setor de Física sob a direção do Prof. José Walter Bautista Vidal, físico e engenheiro civil, com pós-graduação no EUA. O Prof. Vidal em conjunto com outros jovens físicos conseguiu que a Universidade firmasse um convênio com a PETROBRÁS, e com isso o IMF se responsabilizou em lecionar as disciplinas de Física e Matemática para o I Curso Básico de Geofísica, para técnicos da citada empresa, o qual foi sem dúvida a gênese do atual Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geofísica da UFBA.

Uma efetiva contribuição do IMF foi influir, através de vários dos seus pesquisadores-docentes, na modernização do ensino das duas disciplinas (Física e Matemática), no curso secundário, na Bahia. No ano de 1964 havia no País, vários Centros de Ensino das Ciências criados por convênios com o MEC, Secretarias de Educação e Universidades. Na Bahia foi criado o CECIBA - Centro de Ensino de Ciências da Bahia, então dirigido pelo Prof. Bautista Vidal. Aquele Centro desempenhou papel fundamental, abrindo novas perspectivas aos jovens que tiveram o acompanhamento de seus professores, dentre os quais estavam Luiz Felippe Perret Serpa, Bela Perret Serpa , Judite Miranda, Benedito Pepe e muitos outros . O setor de Matemática era coordenado por Martha Dantas que, em conjunto com Omar Catunda, Eliana Nogueira, Eunice Guimarães, Norma Coelho, Neide Clotilde e outros docentes, introduziram o ensino da Matemática Moderna no curso secundário na Bahia. Foi nesse período que se iniciou uma longa e profícua cooperação entre estes mesmos pesquisadores, que implicaria na edição da conhecida MATEMÁTICA, onde todo um trabalho de pesquisa em ensino desta disciplina ficou documentado. A introdução de uma nova tecnologia de ensino de Física, para o curso médio, foi comandada pelo setor de Física do CECIBA, trabalho esse que foi mais tarde transferido para o PROTAP na Faculdade de Educação da UFBA.

Com a publicação do decreto 62.241, de 08 de fevereiro de 1968, que estruturou a Universidade Federal da Bahia, surgiram os atuais IMUFBA e IFUFBA.

Originalmente o IFUFBA era composto por dois departamentos (Depto. I e Depto. II). Em 1975 com a redepartamentalização foram criados os atuais departamentos (Física da Terra e do Meio Ambiente, Física Geral e Física do Estado Sólido), onde são lecionadas disciplinas de graduação e pós-graduação para os cursos de Física e outros das áreas de ciências exatas e ciências biológicas.

Atualmente o IFUFBA oferece, no nível da graduação, os cursos de Licenciatura e Bacharelado em Física, e na pós-graduação os cursos de Especialização, Mestrado e Doutorado.

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Fonte: Cadernos do IFUFBA vol. 7 (1995)

 

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